sexta-feira, maio 16, 2008

A (in)eficiência da escola e as tecnologias na Educação ou A barbárie na escola e o professor


É interessante como, muitas vezes, esquecemos da escola real e de como ela é!
Ficamos falando em Tecnologias da Informação e Comunicação, de cibercultura, ciberespaço, Educação a distância, plataformas virtuais, m-learning e pensamos que o nosso público-alvo são todos os cidadãos em condições de educação. Bom, acho que nosso público é limitado, e BEM limitado.
Várias vezes, falando de como podemos usar essas tecnologias na escola para alunos/as de Pedagogia que já enfrentam o dia-a-dia das escolas públicas eu penso em como ainda estamos longe de uma sociedade digital ou de uma cibercidadania!
E isso não é culpa dos professores que estão na escola. Os artigos geralmente indicam que os professores não se atualizam, que ainda estão na era do 'ditar-falar', que ainda trabalham conteúdos distantes da realidade dos alunos!
E eu penso: os professores até que se atualizam, mas, geralmente, não possuem o recurso adequado e com manutenção na escola. O que fazer se o laboratório de informática ou o vídeo/TV da escola estão sucateados, quebrados e sem nenhuma possibilidade de conserto? Como trabalhar criatividade, imaginação, em salas escuras, quentes, fechadas, sujas e pequenas? Como adequar uma prática progressista a um currículo engessado e antiquado? Será que as realidades de muitos de nossos alunos (de violência, miséria, fome, abandono) são mesmo interessantes para trazermos para a sala de aula? E o que falar das 'equipes pedagógicas' que nos orientam a 'empurrar com a barriga', 'ir levando', 'gritar mais alto que os alunos', 'deixar de castigo', 'proibir recreio, passeio...'
Acho até que nossos alunos/professores já fazem milagre nas escolas. Vejo experiências exitosas que são verdadeiras obras de arte diante de um quadro de verdadeira barbarie na escola fundamental.
E então, eu que antes me sentia mais próxima de uma realidade mais adequada ao que eu considero como um momento de transição entre uma educação de péssima qualidade e uma de melhor qualidade, me sinto mais longe ainda... Aquela luz que eu via no fim do túnel vai ficando mais difusa e embaçada...
Mas, vamos lá, não estou negando avanços, nem fraquejando! Apenas voltando à superfície para buscar mais força nos olhares questionadores e em conflito da realidade.
Respirar fundo... Mergulhar de novo!

6 comentários:

  1. Olá, Professora Dora!

    Tenho a sensação que já passei pelo seu blog em algum outro momento em minhas várias viagens pelo espaço virtual...
    Não sei bem por que tenho este sentimento...Dai me questiono, será mesmo que já havia entrado por aqui? Ou me identifiquei profundamente com suas palavras?
    Os espaços REAIS de nossas escolas não correspondem às inúmeras possibilidades educacionais que verificamos no espaços virtuais...E lamento muito que estas potencialidades ainda estejam distantes uma da outra. Tanto nos aspectos estruturais, como também nos metodológicos que permitam uma mudança significativa na postura dos indivíduos com o conhecimento.
    Mas preservo dentro de mim uma ESPERANÇA nas contribuições que uma pode dar a outra...E renovo minhas FORÇAS ao encontrar pares, pessoas que também possuem ideais de uma educação de qualidade e se demonstram coerentes em suas atitudes educacionais.
    Então, posso dizer que me fortaleço em suas palavras e atitudes como educadora!
    E nisso é que está a BELEZA de todo este processo!
    Mergulhe SEMPRE, Dora!!! E traga a nossa realidade muitos tesouros!!!
    Um forte abraço,
    Adriana Mércia.

    ResponderExcluir
  2. Olá, Professora Dora!

    Tenho a sensação que já passei pelo seu blog em algum outro momento de alguma das minhas viagens pelo espaço virtual...
    Não sei bem porque tenho este sentimento...Dai me questiono, será mesmo que já havia entrado por aqui? Ou me identifiquei profundamente com suas palavras?
    Os espaços REAIS de nossas escolas não correspondem às inúmeras possibilidades educacionais que verificamos no espaços virtuais...E lamento muito que estas potencialidades ainda estejam distantes uma da outra. Tanto nos aspectos estruturais, como também nos metodológicos que permitam uma mudança significativa na postura dos indivíduos com o conhecimento.
    Mas preservo dentro de mim uma ESPERANÇA nas contribuições que uma pode dar a outra...E renovo minhas FORÇAS ao encontrar pares, pessoas que também possuem ideais de uma educação de qualidade e se demonstram coerentes em suas atitudes educacionais.
    Então, posso dizer que me fortaleço em suas palavras e atitudes como educadora!
    E nisso é que está a BELEZA de todo este processo!
    Mergulhe SEMPRE, Dora!!! E traga a nossa realidade muitos tesouros!!!
    Um forte abraço,
    Adriana Mércia.

    ResponderExcluir
  3. Oi Dora,

    Bacana essa sua reflexão. Duas coisas: gostaria de colocar um link no meu blog (o Zeducando) para este seu (tenho um espaço para isso, OUTRAS VIAGENS). Gostaria que você visse o vídeo http://es.youtube.com/watch?v=IJY-NIhdw_4 que duas colegas nossas, Débora e Raquel, colocaram no nosso curso. Tem tudo a ver com o que você escreve.
    um bjo.
    José Rosa.

    ResponderExcluir
  4. Oi Zé,
    prazer ter vc aqui!
    Já conhecia o vídeo. Legal!
    Também posso colocar um link pro teu blog? Ele é uma referência.
    bj

    ResponderExcluir
  5. Olá Dôra,
    Nesse texto você conseguiu mostrar exatamente a realidade da nossa escola pública. Sou declaradamente uma otimista com minhas investidas na área da educação, porém, hoje mergulhada numa sala de aula, ensino médio, convivendo com meus alunos e trocando experiências com colegas professores percebo uma grande distância entre a escola que temos e a escola que gostaríamos de ter. Afirmo isso, me referindo aos vários aspectos que deveriam compor o contexto escolar, ou seja, as dependências físicas estruturais necessárias, a questão da gestão e planejamento realmente comprometidos com uma educação pautada na construção de valores que enalteçam a condição humana e preparem para a vida. No que se refere ao uso das TICs na educação, observo que na prática houve poucos avanços, apesar de tanto investimento em formação. E, ainda, o principal aspecto a ser considerado antes de tudo isso, a "motivação e interesse" do aluno para aprender.
    No entanto, percebo que ainda existe vontade política de mudar esse quadro e as iniciativas estão sendo muito positivas. Portanto, como educadora vou continuar dando meus mergulhos, com sua ajuda, nesse mar de conhecimentos!!!
    Um abraço,
    Fátima Abreu

    ResponderExcluir
  6. oi Fatinha,
    você é um exemplo de professores que lutam por uma educação de qualidade.
    Parabéns por seu trabalho,

    ResponderExcluir