terça-feira, junho 26, 2007

Resignificando a prática pedagógica

Tenho aprendido bastante desde que comecei a ensinar...

Parece uma frase confusa, mas, na verdade, quando se é professor se aprende muito mais do que se acredita que ensina.
OS meus alunos de Didática (turmas 5N e 5P) deste semestre estão dando um banho de reflexão nas discussões sobre a prática docente!

Nunca consigo seguir o roteiro pré-programado, pois sempre entro e saio das aulas cheia de idéias, resignificando minhas concepções, compreensões, práticas...

Nesta semana, estávamos discutindo a construção da identidade do professor e, entre conceitos e reflexões de autores consagrados e tudo o mais que a formação acadêmica exige, senti que era necessário refletir sobre que tipo de professor queremos ser. Cada um de nós. Não só eles! Mas também eu, professora. Não podemos escolher o aluno que teremos, mas devemos decidir e perseguir o professor que seremos.

Quero ser um professor para ser lembrado, disse uma aluna. Lembrado não apenas pelos conteúdos que ensinamos, mas pela humanidade com que nos relacionamos com nossos alunos, pela coragem de deixá-los dizerem o que pensam sobre determinado tema, mesmo que não seja exatamente o que eu penso. Quero ser um professor que tenha compromisso com meu aluno, compromisso em não deixá-los à margem do conhecimento. Um professor que não se exima de seu papel de formador, que cobre, sem ser malvado; que cumpra o que exige também.

Meus alunos querem ser professores que ensinem seus alunos a gostarem de aprender, a gostarem do conteúdo que eles ensinam, seja biologia, matemática, geografia, história, português, física, química, inglês, artes e educação física.

Meus alunos de Didática não querem que seus alunos aprendam apenas conteúdos, mas querem compartilhar valores, princípios, atitudes. Não querem ser professores-palhaços, mas querem compartilhar a alegria de aprender com prazer, com qualidade.

Ainda tenho alunos que estão se descobrindo como professores e ainda estão definindo como querem ser, mas eles sabem também o que não querem ser. Não querem ser relapsos, descomprometidos e sacanas.

Eles querem ser admirados por seus alunos e eu lhes digo: eu lhes admiro como professores que estão se formando e me formando.

Obrigada, meus alunos-professores, pela oportunidade de me sentir inacabada e em permanente processo de aprendizagem.

Um comentário:

  1. Eu não tenho muito como descrever o quão enrriquecedoras estãos sendo minhas aulas no CE, nas segundas e quartas pela noite. São as referidas aulas de Didática, no meu caso, lecionadas pela professora Auxiliadora Padilha na turma 5N. Sinto-me, a cada aula, a cada discussão, a cada reflexão, mais seguro de minhas concepções de Educação e da relação professor-aluno, ao passo que me sinto cada vez mais inquieto, cada vez mais questionador. Queria aqui agradecer a essa professora que tanto tem nos ensinado e nos dado a possibilidade de crescer em comunhão, numa aula horizontal e participativa. A sra. tenha a certeza que está contribuindo e muito para a Educação, pois está formando professores mais críticos os quais terão condições de construir um mundo melhor.
    Acho que todos os alunos que saem de sua aula, saem pessoas diferentes, saem modificados. E é exatamente isso que distingue uma aula de um monólogo ou de um "Depósito Bancário", parafraseando Paulo Freire.

    Caio Bispo, Aulo de Didática com a Prof. Auxiliadora Padilha, turma 5N.

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