Todo final de semestre é a mesma coisa...
É uma correria danada! Parece que todos os professores deixam para pedir os trabalhos mais difíceis e trabalhosos no final do semestre, quando, justamente, os alunos já estão cansados no finalzinho da batalha...
É mesmo interessante como acreditamos que, no final da disciplina, o aluno deve ‘rever’ tudo o que aprendeu e que os trabalhos devem seguir uma seqüência lógica (?) do mais simples (no início da disciplina) para o mais complexo (no final), culminando numa atividade de Hércules!
É... avaliar é mais difícil do que imaginamos. Ainda tenho colegas que fazem uma prova final com todo o conteúdo da disciplina ‘pra ver o que ficou de tudo o que ele passou para o aluno’. E ainda aterrorizam os alunos durante todo o período da disciplina afirmando que ‘isso vai cair na prova’!
Estamos em uma escola do Ensino Fundamental? (Não que isso seja correto neste nível de ensino, mas ainda é uma prática muito comum, justificada para se manter a disciplinas de alunos em pleno desenvolvimento adolescente).
Mas vejamos que estamos mesmo em uma universidade! Pois é! Ainda não ultrapassamos a cultura do professor detentor do conhecimento que despeja conteúdos nas cabeças de seus alunos, que, por sua vez, devem decorar tudo e repetir no final da unidade, na prova!
E ainda se fala em originalidade na universidade!?! Em criatividade!?! Onde???
Como desenvolver a criatividade entre quatro paredes cinza e sem janelas? Como pensar em mudar uma cultura de massificação e reprodução se não temos possibilidade de ver o mundo do qual estamos discutindo nessas salas fechadas?
Nosso discurso sobre construção do conhecimento é muito bonito, principalmente quando fundamentamos com Paulo Freire, Vygotsky, Maturana, etc... Mas a prática ainda é behaviorista.
É preciso muito mais que uma mudança de concepção dos professores sobre como aprendemos cognitivamente. É preciso compreender que aprender não passa apenas pela construção cognitiva, passa pela afetividade, pela ética, pela estética, passa pelo corpo e não só pela mente... Aprender passa principalmente pelo prazer, pelo interesse, pela motivação.
Este semestre tive uma aluna que estava elaborando seu projeto de Trabalho de Conclusão de Curso sobre a motivação na aprendizagem. Um professor lhe disse que isso não era interessante... Que motivação esta aluna recebeu, heim?
Bom, eu ainda acredito que conseguiremos ultrapassar esta fase de professores preocupados apenas em ensinar e nem aí para o que e como seus alunos aprendem.
Este semestre eu ministrei disciplinas de Didática e Educação e Ciência no Mundo Atual (que eu acabo transformando numa disciplina sobre o uso didático das tecnologias...) Ma didática pra mim ultrapassa a forma e o conteúdo. Também inclui o sentimento, a emoção... de ser professor... Não um professor para dar belas aulas, mas um professor que crie oportunidades de aprendizagem para seus alunos e que os motive sempre, sempre, sempre, para desvendar os mistérios do saber...
Oi Dora
ResponderExcluirAdorei seu blog e este texto.
Como professor devo assinar abaixo das suas palavras. Ainda acho que poderíamos dizer que a profssião docente é uma profissão de risco.
O risco de não seguir uma rotina, de saber lidar com a multiplicidade de visões e as constantes transformações sociais.
Precisamos entender a didática como mediação, como movimento para assim desempenhar nosso papel de forma que contagie a vida de nossos alunos sempre de forma positiva e responsável!
Parabéns pelo Blog.
Adorei!!!