Estive em Cabo Verde para uma missão de formação de professores para Educação a Distância. Experiência inesquecível que quero compartilhar com vocês.
Cabo Verde é um arquipélago formado por 10 ilhas, destas 9 habitadas e mais 8 ilhéus, localizado na costa do continente Africano. O país possui uma extensão territorial de 4033Km2.
Como o Brasil, Cabo Verde também foi colonizado pelos portugueses. Entretanto, diferentemente do nosso país, o arquipélago africano conseguiu sua independência republicana apenas em 1975 e sua relação com o ex-colonizador ainda é bastante estreita.
A língua mãe (Criolo) não é ensinada nas escolas, mas resiste bravamente à língua portuguesa. Esta sim, língua ensinada nas escolas cabo-verdeanas. O cidadão cabo-verdeano fala criolo em todas as situações chamadas ‘não-formais’, mas toda a linguagem escrita e a falada nas situações sociais ‘formais’ é a língua portuguesa. Além da forte presença de portugueses nas ilhas, sua capital, a ilha da Praia, é lotada de estrangeiros. Não se anda pelo Platêau (parte plana da cidade) sem encontrar pelo menos duas lojas de proprietários chineses em cada rua. O mais difícil é achar locais que comercializem produtos nacionais. Quase tudo é importado em Cabo Verde, inclusive a maior parte da programação televisiva. A cidade parece estar em construção. Além dos vários prédios em construções em todos os lugares da ilha, propagandas de imobiliárias e construtoras pululam nas propagandas de out-door, jornais, revistas e televisão. Chineses, americanos, europeus invadem o país em busca de oportunidades que não se sabe se estão disponíveis também para os nativos.
As ruas estão sempre cheias. As pessoas alegres, bonitas e receptivas, muito parecidas com os brasileiros, lotam as ruas estreitas. Também há muito carros, novos e caros, demonstrando a grande efervescência econômica da região. As crianças são as que mais chamam atenção, com seus uniformes cinzas estão sempre a entrar ou sair das escolas. Cabo Verde aderiu ao Tratado de Jomtien e implementou uma reforma do Ensino Básico, passando-o de 4 para 6 anos, tornando o seu acesso universal. Com isso, o Ensino Secundário passou a sofrer uma enorme pressão, tendo de ampliar sua infra-estrutura e quadro docente, a ponto de recorrer à um projeto de cooperação com Portugal para o envio de docentes que suprissem as necessidades decorrentes dessa pressão.
Sendo assim, o ingresso no Ensino Superior também está a demandar ampliação. Diante disso, e por ser um arquipélago, a Educação a Distância é uma saída excelente e menos cara para a democratização do Ensino Superior nas diversas ilhas do país.
Os professores, então, do Instituto Superior de Ensino (ISE), estão empolgados e acolhem a idéia da EAD com naturalidade, mas não sem um pouco do preconceito natural de quem ainda não detém de todas as informações sobre a EAD na contemporaneidade. Mas, assim que se discute e se ampliam as informações sobre as possibilidades pedagógicas desta modalidade de ensino, o compromisso e a vontade de ampliar as condições sociais e educacionais de seu povo são mais fortes que os preconceitos, que passam a ser substituídos por conceitos mais substancialmente apropriados e adequados à realidade daquele país e da sociedade como um todo.
Apesar de não ter tido tempo para conhecer a cidade, mas, conhecer as pessoas que conviveram comigo nesta semana foi uma experiência inesquecível, tanto para minha experiência profissional como pessoal.
Dora,
ResponderExcluirpor acaso fazendo minhas pesquisas encontrei teu depoimento que me deixou muito emocionada.
Parabéns e continue assim.
Cacilda.